quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Easy Riders


Na boca do dragão !

Calor e sorte. O verão apareceu em vários fins de semana.

Quando a gente chegou aqui na Suíça, eu tinha só dois anos. Mas logo eu fiz três. Hoje eu já tenho quatro. Quase cinco. Por isso, eu ia só na Pumuckl, onde eu ficava todos os dias de manhã e meu pai ia me pegar no começo da tarde. Mas no final do ano passado chegou em casa uma carta. Uma carta pra mim. E não era de ninguém do Brasil, nem dos meus avós. Era do Kindergarten de Arisdorf. Avisando que no ano seguinte eu estava convidado para começar a ir no Kindergarten. Um lugar de crianças muito grandes. Que já sabem tomar banho sozinhas. Que já comem sozinhas. Que esperam, olham pros dois lados, e só depois atravessam a rua. Que já sabem se limpar sozinhas quando vão ao banheiro. Algumas sabem até amarrar os próprios tênis sozinhos ! Isso eu ainda não sei. Mas eu já sei ler ! Tudo. Às vezes eu ainda confundo português com alemão. Eu já sei que "ei" é "ai", "eu" é "ói" e que além de a,e,i,o,u, também tem ä, ö e ü. Mas isso só em alemão. Ah, e alemão da Alemanha, Hochdeutsch, porque o que eu falo na verdade é Schwyyzer-Düütsch, ou alemão-suíço. O que mais será que eles irão me ensinar no Kindergarten?

As crianças têm que ir a pé para o Kindergarten.
Por isso usam um refletor como esse.
Eu nem preciso atravessar a rua, porque o Kindergarten
fica atrás de casa.
Eu vou sozinho pro Kindergarten.

Por falar em amarrar tênis, eu ganhei uma raquete de tênis. E uma chuteira. Mas meu pai falou que não tá certo jogar tênis de chuteira. Tem que usar um de cada vez. Que se eu for jogar tênis de chuteira, eu vou cair. Que a chuteira é pra usar na grama. E que tênis não se joga na grama. Bem, tem uns caras que jogam tênis na grama, mas eles são muuuuito bons. Tem o Djoko, o Nadal, que também se chama Rafael, e tem o meu preferido, o Roger Federer, que é suíço. A minha raquete é igual à dele. O meu pai e a minha mãe gostam do jogo de tênis. E às vezes a gente vai ver uns jogos muito bons em uns lugares muito legais, que me dão sorvete de graça. Porque o meu pai agora é juiz de alguns campeonatos aqui na Suíça.

Esportes de verão

Papa em ação

Em julho fez muito, mas muito calor por aqui. E quando faz muito calor por aqui, todo mundo vai pra piscina, ou sai pra passear em algum parque. E nós fizemos as duas coisas. Nós fomos na piscina quase que todos os dias, porque era o único lugar que dava pra ficar. Aliás fomos em várias piscinas, rios e lagos : em Pratteln, Rheinfelden, St.Jakob, Arlesheim, no Hallwilersee, e claro, no Reno. Essa semana teve a famosa Travessia do Reno, em Basel (http://www.slrg.ch/de/nw/sektionen/basel/rheinschwimmen/fotos/fotos.html). Um monte de gente se joga no rio e desce dois quilômetros levados pela correnteza, desde o Museu Tinguely até a Johanniterbrücke. A cidade é só festa no verão. A gente não imaginava que fizesse tanto calor num lugar que cai neve. Mas é assim. Tem a estação fria, depois vem as flores, depois a estação quente e as frutas, e depois começa a esfriar de novo e a cair as folhas das árvores. E começa tudo de novo... Todo ano é assim.

Me refrescando no Rio Reno, em Basel.

A piscina de Arlesheim é a que eu mais gosto.

Eu e meu pai pulando juntos no Reno, em Rheinfelden.

Todo ano tem a Rheinschwimm, a travessia do Reno em Basel.
A rosa do Imperador Gustav II, da Hungria.

A Suíça e as flores. Sempre. E muitas.

Nas férias nós fomos no Dino Parc com a família do Sebastian. Ele é meu amigo da Pumuckl, e todo mundo da família dele é do país onde inventaram o Lego, a Dinamarca. O Sebastian fala um pouco em alemão-suíço, mas com os pais dele ele só fala em dinamarquês. Também foi aniversário dele, e nós fomos na casa deles pra brincar, e pros nossos pais fazerem o que mais gostam : conversar e tomar cerveja. Meus pais e os pais do Sebbie sempre combinam de fazer coisas juntos. E mais ainda depois que o pai do Sebbie convidou mau pai pra jogar bola em Liestal no time dele. O Sebbie também tem um irmão mais velho, o Mathias, que sabe falar dinamarquês, alemão e inglês. Mas ele é muito mais velho, já tem oito anos. Tem também a Sofia, que tem um ano, só que ainda não sabe falar em nenhuma língua. Eu sei. Sei falar em português, Schwyyzer-Düütsch, e sei contar até trinta em italiano, inglês, francês e espanhol. Meu pai às vezes começa a falar em italiano comigo, e eu só entendo algumas coisas, mas dou muita risada.

Sebbie, eu e Mathias

Sebbie, Sofia e eu, no Dino Parc.


Quando a gente sai os três pra passear, a gente sempre tenta levar o Lupa e a Margarida. Nós fizemos dois passeios muito legais com eles. O primeiro foi para o Bölchenflue (ver Google Images >> Belchenflue), que é o ponto mais alto de Baselland, o cantão onde a gente mora. De lá da pra ver muito longe os Alpes, a França e a Alemanha. O outro passeio fizemos aqui em Arisdorf mesmo. Subimos até o ponto mais alto daqui também, no Dia dos Pais. A Margarida finalmente parece, veja bem, parece que criou juízo. A única coisa que ainda tira ela completamente do sério, são os gatos. Mas aí até o Lorde Lupa não se agüenta. Os gatos são bichos peludos e ágeis, que às vezes andam devagar ou ficam deitados tomando sol nos lugares mais inalcançáveis. Mas quando vêem um cachorro, eles são mais rápidos que um raio, e sobem nas arvores mais rápido que um macaco. Eu não sei porque os cachorros não gostam dos gatos, mas meus pais dizem que sempre foi assim e sempre vai ser. Também dizem que tem cachorros e gatos que são amigos. Só até a primeira briga...

Bölchenflue

As meninas se recompondo no final da subida

Lupa e Margarida se dando bem.

Meu pai escolheu ir no lugar mais alto de Arisdorf
no Dia dos Pais. Pra ficar mais perto do Voinho.

Lá em cima achamos um monte de Wildbeeren (frutas silvestres).

Lanche na floresta

No começo de agosto fomos pra Marburg, na Alemanha. Teve o casamento de uma amiga da minha mãe, da faculdade, a Sabrina. Vieram também com a gente um casal de amigos dos meus pais, a Bruna e o Brasil. Quando a Bruna e o Brasil chegaram em casa, eu logo perguntei o nome deles. Eu não entendi, e perguntei pro meu pai : -Papa, ele tem nome de time? E ele me explicou que sim, que na verdade era esse o sobrenome dele, e que todo mundo chama ele de Brasil. A Bruna e o Brasil moram na China. A Sabrina mora em Taiwan com o Rüdiger, que foi com quem ela se casou em Marburg, porque o Rüdiger nasceu em Marburg, e toda a família dele é de lá. Eles se casaram num castelo : o Rauischholzhausen (http://schloss.faber-management.de). E os convidados puderam dormir no castelo onde eles se casaram. Todo mundo usava uma roupa engraçada, até eu. Mas principalmente a Sabrina. Ela era a única de vestido branco. E não era um vestido branco qualquer. Eu não entendi porque ela tinha que usar aquele vestido. Minha mãe diz que quando uma pessoa se casa e faz uma festa pras outras pessoas, a noiva usa um vestido daquele jeito. Daí a Bruna disse que na China a noiva usa vermelho. E o Brasil disse que também não entendia, porque depois ela nunca mais vai usar o vestido branco. Ou vermelho. E ele tinha razão. No dia seguinte da festa, no café da manhã, numa das salas do castelo, lá estava a Sabrina, de calça jeans e blusa. E ninguém mais tava usando aquelas roupas quentes e esquisitas.

A Bruna e o Brasil nunca tinham comido cereja no pé

Eu e a Bruna descendo o Pilatus, em Luzern.

Que roupa engraçada a gente tem que usar quando alguém se casa...

Matando a sede numa fonte chifruda em Marburg, Alemanha.

A Sabrina quis saber o nome do meu carrinho do espião

No final de agosto nós iremos fazer uma viagem com um monte de gente. Serão duas semanas. Com dezoito pessoas. E pra isso, alugamos três Reisemobil, que é um carro-casa. Tem um monte desses por aqui e qualquer pessoa pode alugar. Mas tem que alugar bem antes de viajar, porque muita gente quer viajar de carro-casa. Nós iremos ficar uma semana no Tirol. Depois disso, um carro-casa volta e nós, os Barbas, o Léo e a Elô seguiremos meio sem destino. Até pelo menos o Mar Adriático, na Italia. Ou se tiver muito cheio na Itália, vamos pra Eslovênia. Ou se tiver ruim, vamos pra Croácia. Ou se não der, iremos pra outro lugar qualquer. Como disse nossa amiga Tia Bel "viajar de carro-casa com essa turma, vale até ficar dando volta no quarteirão!"

As flores e as cores

Mama se alongando, e Papa tirando onda.

Minha mãe, meu pai, e meus dedos do pé.

Minha camiseta nova do Bob, der Baumeister (Bob Construtor)

Abraço coletivo
Mama em movimento espontâneo

Descendo o Pilatus, em Luzern, num dia mais do que perfeito.

A Bruna comprou uma camera nova,
mas ela tirou bem menos fotos do que eu.

Wildbeeren

A formiguinha sempre trabalhando pro inverno.

Papa e Mama

Meus parceiros : Boris e Buzz.

Uma das minhas frases preferidas :
"Mama, eu te amo!"